sexta-feira, 22 de julho de 2016

As Reformas Religiosas e a Imprens

A imprensa teve um importante papel nas reformas protestantes. O surgimento da imprensa, juntamente com o pensamento Humanista, possibilitou a tradução da bíblia em outras línguas além do latim, e isto contribuiu para a difusão do pensamento cristão e protestante. Até o surgimento da imprensa, a Bíblia e outros livros eram manuscritos e todos em latim. Este serviço ocorria nos mosteiros, eram os monges copistas quem escreviam todos os textos em latim.
 O artigo a seguir apresenta como a imprensa tornou-se uma importante ferramenta para os ideais das Reformas Religiosas.




COSTA,Hermisten Maia Pereira da.O protetantismo e a  palavra imprensa:ensaios introdutórios. Ciência da religião-História e Sociedade.vol.6,nº 2,pp.123-145






A Bíblia de Gutenberg é o primeiro grande livro impresso na
Europa Ocidental usando a tipografia.









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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Quem Inventou a Imprensa?


Johannes Gutenberg é geralmente citado como o inventor da imprensa. Na verdade, a contribuição do século XI do alemão ourives à tecnologia era revolucionária - permitindo a produção em massa de livros e da rápida disseminação do conhecimento em toda a Europa. No entanto, a história da impressão começa muito antes de sua época.

MONGES E BLOCOS CHINESES

Cerca de 600 anos antes de Gutenberg, monges chineses utilizaram uma nova forma de se utilizar a tinta para papel, utilizando um método conhecido como impressão de bloco, em que blocos de madeira são revestidas com tinta e pressionado para folhas de papel. Um dos primeiros livros impressos sobreviventes desta forma - uma antigo texto budista conhecido como "O Sutra do Diamante" - foi criado em 868 durante a Dinastia Tang (T'ang) (618-909) na China. O livro, que foi selado dentro de uma caverna perto da cidade de Dunhuang, na China, há cerca de mil anos antes de sua descoberta em 1900, está agora alojado na Biblioteca Britânica, em Londres. Os blocos de madeira esculpidos utilizados para este método de início de impressão também foram utilizados no Japão e Coréia, logo no século VIII. Imprensas privadas nesses lugares utilizaram ambos os blocos de madeira e metal para produzir tratados e histórias budistas e taoístas nos séculos antes de tipos móveis serem inventados.

Um avanço importante para impressão de xilogravura veio no início do século XI, quando um camponês chinês chamado Bi Sheng (Pi Sheng) desenvolveu o primeiro tipo móvel do mundo. Apesar de o próprio Sheng ser plebeu e não ter deixado muito de uma trilha histórica, seu engenhoso método de impressão, que envolveu a produção de centenas de caracteres individuais, foi bem documentado por seu contemporâneo, um estudioso e cientista chamado Shen Kuo. Em sua obra do século XI, "Dream Pool Essays", Kuo explica que os caracteres móveis de Sheng eram feitos de barro cozido. A tinta utilizada que era uma mistura de resina de pinheiro, e cera de papel cinzas, e como Kuo diz ele, o método de Sheng poderia ser usado para imprimir milhares de cópias de um documento com bastante rapidez. Enquanto tipos móveis de barro foram usados por vários outros impressores chineses ao longo dos séculos XII e XIII, os tipos móveis de Sheng não iriam aparecer na China ou em outro lugar até muitos séculos depois.

No século XIV, Wang Chen, um funcionário do governo chinês da dinastia Yuan, criou independentemente o seu próprio conjunto de caracteres móveis de madeira. Sua motivação para o desenvolvimento deste novo método de impressão foi a publicação de uma série volumosa de livros sobre agricultura, intitulado "Nung Shu." "Nung Shu" acabou por ser impressa em 1313 utilizando-se novos métodos de xilogravura, não o tipo móvel. Mas método de impressão de Chen se pegar, embora lentamente, e foi usado para a reprodução de documentos nos séculos que se seguiram. Tipo de Metal - feito de bronze e talvez lata - também forma usados na China para a impressão de livros e cédulas de dinheiro em papel, pelo menos até o século XVIII.
A evidência histórica sugere que o tipo móvel de metal também foi desenvolvido de forma independente na Coreia no final do século XIV. Em 1377, um monge coreano chamado Baegun é creditado com a impressão de uma compilação de provérbios budistas usando tipos metálicos móveis. O livro de dois volumes, conhecido como "Jikji," acredita-se ser o livro mais antigo do mundo impresso com o tipo de metal. Um volume de trabalho da obra encontra-se na Biblioteca Nacional da França.

Apesar dos sucessos iniciais com tipos móveis, este método de impressão deslanchou tão rapidamente na Ásia, como aconteceu na Europa. Esta morna recepção foi mais provável devido às complexidades de sistemas de escrita asiáticos. Ao contrário do roteiro conciso, alfabetos de muitas línguas ocidentais, chinês, japonês e coreano são compostos de milhares de caracteres, o que faz com que cada caractere necessite ser lançado individualmente para impressão usando o tipo móvel. Tal tarefa difícil pode ter feito com que blocos de madeira parecessem ser uma opção mais eficiente para imprimir nessas línguas. Os europeus, no entanto, adaptaram-se ao tipo móvel rapidamente. Antes da invenção da imprensa - em algum momento entre 1440 e 1450 - a maioria dos textos europeus foram impressos usando xilogravura, uma forma de impressão de xilogravura semelhante ao método chinês usado para imprimir "O Sutra do Diamante", em 868. Os manuscritos não impressos com blocos de madeira eram meticulosamente copiados à mão. Ambos os processos foram extremamente trabalhosos e, como resultado, os livros na Europa eram muito caros e poucos poderiam dar ao luxo de comprá-los.

Mas tudo isso mudou meados do século XV, quando Johannes Gutenberg um ourives estabeleceu-se como e artesão em Estrasburgo, na Alemanha. Em Estrasburgo, Gutenberg primeiro começou a experimentar com ambos xilogravura e o desenvolvimento de um método mais eficiente de impressão.

Por Elizabeth Palermo

Disponível em:

Johannes Gutenberg e a Máquina de Impressão


A História do Jornal Impresso



Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=FIVOOmI_wWo

Gutenberg e A Máquina Que Nos Criou (2008)

SINOPSE:


Neste documentário revelador, Stephen Fry investiga a história de uma das máquinas mais importantes já inventadas - a Prensa de Gutenberg. A imprensa foi a primeira máquina de produção em massa do mundo. Sua invenção na década de 1450 mudou o mundo tão dramaticamente como a divisão o átomo ou o envio de homens para o espaço, provocando uma revolução cultural que moldou a idade moderna. É a máquina que nos fez o que somos hoje. A investigação de Stephen combina trabalho de um detetive da história e um desafio artesanal. Ele viaja para a França e Alemanha no rastro de Johannes Gutenberg, considerado o inventor da imprensa o primeiro empresário da idade média. Ao longo do caminho ele descobre como Gutenberg  conseguiu manter o segredo do projeto, explora o papel dos investidores gananciosos e concorrentes sem escrúpulos, e descobre porque a impressão era tão importante na Europa medieval.
Mas para realmente compreender o homem e sua máquina, Stephen precisa sujar as mãos montando uma equipe de artesãos e ajudando-os a construir uma réplica da prensa de trabalho original de Gutenberg. Ele aprende a confeccionar o papel como no século 15 e trabalha como aprendiz em uma fundição de metal em preparação para a experiência de colocar a réplica da prensa funcionando nas mesmas condições da época de sua criação. O trabalho da equipe dos dias modernos de Stephen pode coincidir com a realização dos artesãos medievais de Gutenberg?


 


Mais informações:
http://www.bbc.co.uk/programmes/b009wynj

Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8svE2AjQWYE (NO IDIOMA ORIGINAL)
https://www.youtube.com/watch?v=mxBXAsbKdWY (LEGENDADO)

Galáxia Teológica

"A invenção da imprensa é o maior acontecimento da história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que larga uma forma e veste outra... é a completa e definitiva mudança de pele dessa serpente diabólica, que, desde Adão, representa a inteligência."

Victor Hugo, Nossa Senhora de Paris, 1831


Composta por catedrais, igrejas, capelas, mosteiros, conventos e os mais diversos tipos de retiro, era tal galáxia habitada por milhares de padres e freiras, organizados em ordens santas espalhadas por quase toda a Europa, ao redor de quem flutuava uma poeira cósmica de peregrinos, penitentes e pecadores de todos os tipos. Sustentada pelos dízimos - a primeira lei da gravidade do mundo religioso - e pela fé das gentes, a Galáxia Teológica, depois de um império de mais de mil anos, estava com seus dias contados. E tudo por causa daquele invento. Era o púlpito e o sermão, o manuscrito do monge, que recuavam assustados com o produto do prelo de Gutemberg. Foi assim que Victor Hugo registrou na novela Nossa Senhora de Paris, de 1831, o hipotético impacto da introdução do novo engenho entre a gente letrada da época.

Disponível em
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/gutemberg.htm

História da Imprensa Brasileira

Antecedentes


A imprensa brasileira teve um nascimento tardio, como tardios foram o ensino superior, as manufaturas, a própria independência política e a abolição da escravatura. Fatores como esses geraram um legado de analfabetismo e concentração da renda que, sentidos até hoje, significaram condicionantes da evolução da imprensa brasileira ao impedir que o público leitor nacional atingisse o percentual registrado em países com economia de porte semelhante ou maior. Os vários períodos sob regime de exceção, em particular as fases mais repressivas da Era Vargas (19301945) e os Governos Militares (1964-1984) afetaram de diversas formas o desenvolvimento da atividade jornalística nacional.

Apesar das dificuldades e limitações, como se pode observar nos textos a seguir, o Brasil tem um número apreciável de jornais que têm revelado notável capacidade de inovação técnica e editorial, o que lhes permitiu vencer todos os desafios surgidos até hoje. Impressos circularam no Peru já em 1594, e o primeiro jornal em território latino-americano, comparável aos que se editava na Europa, foi a Gazeta de México y Noticias de Nueva España, de 1722. Sete anos depois surgia, na hoje América Central, a Gazeta de Goathemala. Na América do Sul, ainda no século XVIII, o Peru teve três periódicos, sendo o primeiro a circular regularmente o Diário de Lima, fundado em 1790. Na Colômbia, o primeiro jornal, Papel Periódico de Santa Fé de Bogotá, foi lançado no ano seguinte. Um jornal bilíngüe e editado pelas tropas de ocupação britânicas foi o primeiro jornal uruguaio – The Southern Star-La Estrella del Sur –, do qual só saíram oito números.

De um modo geral foram publicações efêmeras, como as duas iniciativas registradas na Argentina no mesmo século e o Telégrafo Mercantil, Rural, Político Econômico e Histórico del Rio de La Plata, fundado em 1801 e fechado pelo vice-rei no ano seguinte, mas geralmente considerado como marco fundador da imprensa argentina. Somente no século XIX surgiriam na América Latina jornais duradouros, com perfil informativo e periodicidade regular.

Descubra mais sobre a História da Imprensa no Brasil lendo o artigo completo disponível em:

Prensa, Tecnologia e Comunicação de Massa


Entre 1438 e 1440, o alemão Johann Gensfleish Gutenberg aperfeiçoou os tipos móveis criados pelos chineses que foram os primeiros a imprimir livros.  O sistema de prensa tipográfica criado por Gutenberg, associado às possibilidades oferecidas pelo alfabeto romano, composto de pouquíssimas letras quando comparado aos inúmeros ideogramas chineses, não somente possibilitou a produção de livros em grande escala, como propiciou o surgimento do jornal. Dava-se então o primeiro passo para a democratização da escrita e, consequentemente, do saber, conforme ressalta Gontijo (idem, p. 167) dizendo que “quando foi possível mecanizar esse processo através da prensa e reproduzir em série, o livro tornou-se portátil e o saber extrapolou os limites dos mosteiros, feudos e nações.”

O surgimento do sistema tipográfico gutenberguiano é considerado a origem da comunicação de massas por constituir o primeiro método viável de disseminação de ideias e informações a partir de uma única fonte. Ao surgimento da imprensa Fernando Sá (2002, orelha) ressalta um outro importante marco histórico. O aparecimento e difusão da imprensa também estará diretamente vinculada ao desenvolvimento comercial e industrial das principais cidades da Europa. É com a imprensa que a cultura sai dos claustros e vai para as ruas, permitindo o surgimento do público leitor. Quando uma parte importante desses leitores passa a se interessar pelas publicações políticas e decide se envolver com os assuntos públicos, teremos chegado ao nascimento do público político.

Porém, o jornal não foi o primeiro produto a ser impresso por meio da tecnologia dos tipos móveis. Antes, Gutenberg produziu cerca de 300 exemplares da Bíblia divididos em dois volumes. O clero, que via na impressão uma ameaça ao seu domínio, rendeu-se à tecnologia tipográfica e passou a utilizar o invento para imprimir as indulgências, textos teológicos e manuais de instrução para a condução de inquisições, aumentando a influência da Igreja. Bacelar, (2002, p.2) descreve como a produção de textos foi fundamental para a quebra do papel da Igreja como guardiã da verdade espiritual. Segundo ele cópias impressas das teses de Lutero foram rapidamente divulgadas e distribuídas, desencadeando as discussões que viriam iniciar a oposição à ideia do papel da Igreja como única guardiã da verdade espiritual.  Bíblias impressas em linguagem vernáculas, em alternativa ao latim, alimentaram as asserções da Reforma Protestante que questionavam a necessidade da Igreja para interpretar as Escrituras — uma relação com Deus podia ser, pelo menos em teoria, direta e pessoal.

Além de quebrar dogmas religiosos, Bacelar (idem, p. 4) ressalta a importância da imprensa também como instrumento de revoluções. Veja-se como exemplo, o papel que a imprensa desempenhou nas colónias inglesas da América, divulgando e defendendo as ideias visionárias que deram forma à Revolução Americana ou, mais tarde ainda, o papel que desempenhou nos aparelhos de agitação e propaganda para a disseminação das ideais de todos os movimentos ideológicos revolucionários que, a partir do século XIX, se propuseram transformar o mundo. A tecnologia mecânica de Gutenberg automatizou o sistema de produção de textos e antecipou-se ao que seria a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em 1750. Assim, não caracteriza exagero afirmar que a tipografia instituiu a tecnologia moderna de comunicação, visto que, antes, o que tínhamos eram tecnologias primitivas (tambor, berrante, fumaça) ou arcaicas (placa de barro, papiro, pergaminho).

A associação mundial dos jornais aceita como verdadeira as evidências de que o primeiro jornal do planeta tenha sido o Relationen, produzido por Johann Carolus, em 1605.  De acordo com o site Observatório da Imprensa (2005), Carolus residia em Estrasburgo, que no século XVII pertencia ao Império Alemão e hoje pertence à França. Os descobridores do jornal, Martin Welker e Jean Pierre Kintz dão garantias de que o periódico circulava em cópias manuscritas desde 1604. Afora isso, não é incomum depararmos com textos que afirmam serem as Actas  Diurnas publicadas em Roma desde 59 a.C a origem do jornalismo.

O primeiro jornal brasileiro foi o Correio Braziliense. Seu número inicial foi lançado em 1°de junho de 1808, por Hipólito José da Costa. Sua impressão era feita em Londres, porque a Coroa Portuguesa proibia a existência de impressoras na colônia. No mesmo ano, a família Real, que fugia das invasões napoleônicas, chegou ao Brasil trazendo nos porões dos navios as máquinas que iriam dar origem a Imprensa Régia, fazendo surgir o primeiro jornal impresso em território brasileiro. A Gazeta do Rio de Janeiro foi fundada em 10 de dezembro de 1808 e publicava documentos oficiais e notícias de interesse da Corte, com linguagem bem parecida com os atuais diários oficiais.

Nos anos seguintes foram surgindo outros periódicos, mas com linguagens marcadamente agitadoras, que partiam especialmente de Cipriano Barata e Frei Caneca. Desses, predominou o jornalismo panfletário da imprensa que sobreviveu até metade do século XIX. Gontijo (idem, p. 285) assegura que De início, os jornais demonstravam ter alguma consciência de que parte da missão era educar o povo. No entanto, durante esse período turbulento, o que se viu foi uma disputa radical, que fez surgir estilos vigorosos e originais de redação jornalística, embora, muitas vezes, descambassem para acusações infundadas e ataques pessoais.


Por João Batista Perles

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