quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Invenção da Imprensa

A partir do século XV, o mundo descobriu novos mundos e a sede de notícias aumentou. Paralelamente, os homens redescobriam o seu lugar no mundo e a sua capacidade de nele intervir. Movimentos como o Renascimento, a par com as reformas religiosas e a prosperidade da Europa criaram as condições propícias ao aparecimento de uma nova forma de transmitir a informação. Às condições políticas, econômicas e culturais propícias somaram-se duas novidades, na vida de todos os dias, que iriam criar o ambiente em que nascem os primeiros jornais: a criação dos correios e a invenção da prensa por Gutenberg.

Em 1440, o alemão Johannes Gutenberg desenvolve, a partir das técnicas usadas nas prensas utilizadas para espremer o vinho, uma prensa gráfica que estaria na origem de uma das maiores revoluções na história da humanidade: a possibilidade de reproduzir suportes escritos, sejam livros, brochuras ou jornais, em série, alargando o conhecimento e a informação a um leque alargado de pessoas. Até aí, a informação escrita era, maioritariamente, assegurada por monges copistas, edições limitadas e de circulação restrita. Gutenberg criou os tipos móveis: caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, que eram reagrupados numa tábua para formar palavras e frases do texto.

Esta arte propagou-se com uma rapidez impressionante pela Europa. A imprensa foi particularmente activa nas cidades universitárias e nas cidades comerciais. Veneza, Paris, Frankfurt e Antuérpia eram alguns dos expoentes desta revolução. A imprensa periódica, ainda assim, precisaria de mais de século e meio sobre a invenção da tipografia para se tornar uma realidade. A verdade é que desde o século XVI, as notícias já eram um " bem" que se comprava e vendia.

As gazetas do início do século XVII eram pequenos cadernos de 4 a 8 páginas, às vezes ilustrados com gravuras em madeira. Eram folhas de notícias em que se relatavam um acontecimento importante: batalha, festas, etc. Os pasquins surgiram mais tarde, representavam um novo tipo de folhas volante. Os libelos surgiram no início do século XVI, eram consideradas folhas volantes que alimentavam as polémicas religiosas e, depois, políticas (boatos, injúrias, etc, eram comuns). A periodicidade era variável e não se podia falar de jornalismo, no sentido contemporâneo do termo, mas sim em redes de difusão de notícias utilizando suportes impressos.

Na França revolucionária, no final do século XVIII, as gazetas, passaram a jornais diários de informação e foram, de facto, os primeiros jornais informativos. Estas folhas revolucionárias misturavam um conjunto de gêneros: a prosa clássica, injúrias e insultos.

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