quinta-feira, 21 de julho de 2016

O Primeiro Século da Imprensa


Principal veículo para a difusão das ideias durante os últimos quinhentos anos, a mídia impressa interpenetra todas as esferas de atividade humana. Nenhum evento político, constitucional, eclesiástico e econômico, nem os movimentos sociais, filosóficos e literários podem ser compreendidos sem levar em conta a influência da imprensa sobre eles. O comércio de obras impressas teve importante participação no desenvolvimento econômico de todos os ramos da indústria e do comércio. Baseado em um processo técnico, a imprensa evoluiu junto com as ciências aplicadas. A história dos tipos de impressão é apenas um capítulo dessa evolução. A sua transformação aconteceu devido a muitos fatores: por novas e urgentes necessidades dos primeiros impressores, novas possibilidades abertas, e também por melhorias técnicas no processo de impressão; por razões comerciais dos impressores ou editores; ou, por último, devido a mudanças sociais, incluindo mudanças no gosto do público leitor e na moda.

Como “aventura e arte”, assim Gutemberg descreveu sua épica invenção em 1439; e “aventura e arte” desde então permaneceram como as características dos livros impressos, de sua concepção na mente do autor ao produto acabado na livraria e à estante do bibliófilo. Antes de Gutemberg os livros eram impressos por matrizes de blocos de madeira gravados, um processo dispendioso e demorado. Gutemberg teve a ideia de utilizar tipos móveis fabricados de uma liga de chumbo e antimônio. Desde o primeiro livro impresso por esse processo, em 1455, até o final do século XV, o invento espalhou-se pela Europa civilizada, multiplicando-se as edições, sobretudo de livros religiosos e autores clássicos. Só em Veneza havia mais de 200 tipografias, entre outras a famosa Aldina, cujas impressões de qualidade notável abrangeram em poucos anos quase todos os autores gregos, além dos latinos e hebraicos.

A história da impressão por tipos móveis, da tipografia, pode ser dividida em três períodos:

1) 1450-1550, o século criativo, que testemunhou a invenção e o começo de praticamente tudo o que caracteriza as modernas peças de impressão.

2) 1550-1800, a era da consolidação, que desenvolveu e refinou o acabamento do período precedente com espírito predominantemente conservador.

3) 1800 até nossos dias, período de tremendo avanço tecnológico, com mudanças radicais nos métodos de produção e distribuição, bem como nos hábitos dos produtores e leitores.

Por Bira Câmara

Referências:

Carlos Rizzini, O Jornalismo Antes da Tipografia, Cia. Ed. Nacional, 1968, S.P.
Oliveira Lima, História da Civilização, Melhoramentos, 4a. Ed.
S. H. Steinberg, Five Hundred Years of Printing, Penguim Books, 1955, Edimburgh

Disponível em:
http://jornalivros.com.br/2009/08/o-nascimento-da-imprensa/

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